Para Rir e Esquecer
" O OLHAR DO HOMEM JÁ FOI DESCRITO MUITAS VEZEZ. ELE POUSA FRIAMENTE SOBRE A MULHER, AO QUE PARECE, COMO SE A MEDISSE, A PESASSE, A AVALIASSE, A ESCOLHESSE, OU SEJA, COMO SE A TRANSFORMASSE EM COISA. O QUE NÃO SE SABE TÃO BEM É QUE A MULHER NÃO ESTÁ INTIMAMENTE DESARMADA EM COISA, ELA ENTÃO OBSERVA O HOMEM COM O OLHAR DE COISA. É COMO SE O MARTELO TIVESSE DE REPENTE OLHOS E OBSERVASSE FIXAMENTE O PEDREIRO QUE SE SERVE DELE PARA FIXAR UM PREGO. O PEDREIRO VÊ O OLHAR MAU DO MARTELO, PERDE A SEGURANÇA E DÁ UMA MARTELADA NO PRÓPRIO DEDO." M. KUNDERA
Inicio uma nova fase em minha vida. Morar sozinha. Pelo menos cinco dias da semana. E não estou gostando. O fato de ficar comigo mesma. Andando de um lado e de outro pela casa. Nada tem graça. A chuva agora está lenta. O café me dá azia. Limpar algumas gavetas, lavar a louça. Dormir sozinha no quarto. Credo se fosse, reclamaria se fica reclama. Tenho que parar de reclamar. Me cuidar. Fisicamente sinto algumas doencinhas do estresse e da solidão. Coluna dói, cabeça doí. Baixa resistência. Sono inquieto, ainda mais.
Passando por novas experiências nesse andar da carruagem, vejo e sinto a vida ir, temo pela morte dos meus pais, sinto maios carinho pelos meus sobrinhos, menos vontade de dedicar meu tempo ao trabalho. Minhas ocupações em casa viraram tempo para se distrair e não mais funções. Cada simples afazer preenche o vazio de cada dia. O café esfria. Scott o gato, é meu grande companheiro nessa nova fase, para ele tudo ficou melhor, ele me adora e está sempre comigo, dormindo, brincando, mordendo ou arranhando.
Não tenho vontade de sair, prefiro receber as poucas pessoas que me procuram. Elas vêm preencher um espaço, me dão força e fôlego. Quando saem...
O dia agora está escuro e chuvoso, bem diferente da foto que tirei pela manhã. Scott está aqui, o ar está fresco. Só mais duas noites sozinha. Agora vou ver a chuva, está muito forte.
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